sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Futuro da certificação digital por um mundo mais verde

A partir de 2013, governo e empresas poderão medir os impactos sociais, ambientais e financeiros da substituição do uso de papel, redução do consumo de energia e combustíveis ou melhorias logísticas – uma forma de incentivar e recompensar atividades que se adaptam à economia sustentável. 

“É algo inusitado. Mas hoje um dos principais ponto de apelo dos modelos de produção tem a ver com a eficiência dos projetos, seja energética, papel, combustível. Isso está no DNA da economia digital, pelo uso de certificados digitais, que desmaterializam processos, ou mesmo nas vendas eletrônicas, que dispensam embalagens. O objetivo é trazer para a sociedade benefícios que hoje não são mensuráveis”, diz o presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net), Ludovino Lopes. 

A proposta, oficialmente apresentada durante a Rio+20, já começa a ser desenhada formalmente, inicialmente por um grupo técnico que vai elaborar as métricas e, a partir daí, com o desenvolvimento efetivo de um sistema de certificação das empresas que adotam medidas de sustentabilidade. 

“Vamos transformar esses ativos em métricas que possam ser quantificadas. Ou seja, não se trata mais de só dizer que medidas ambientais são boas, mas demonstrar o quanto isso significa. E poder incluir isso em balanços sociais e ambientais, mas também financeiros”, explica o presidente da Camara-e.net. 

Ele lembra que no caso da redução de emissões, já existe um mercado internacional de créditos de carbono – ou seja, monetização efetiva de medidas ambientais. Mas os incentivos não para aí. “Ter um programa de redução de consumo de energia também já pode levar uma empresa a uma classificação diferente na bolsa de valores”, completa Ludovino Lopes. 

Para construir as métricas e o sistema de cerficação, a Camara-e.net associou-se ao Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República e o principal responsável pelas políticas de certificação digital no Brasil. 

“Um sistema como esse dá um impacto social às tecnologias digitais. Só o governo federal consome um trilhão de folhas de papel por ano. E isso é desnecessário, porque temos a tecnologia, a base jurídica e a Internet, capazes de substituir o papel”, afirma o presidente do ITI, Renato Martini. 

Casos concretos inspiram o modelo proposto. Um deles é da rede de supermercados Tesco, que na Coreia do Sul desenvolveu um sistema de vendas com uso de smartphones a partir de displays colocados em estações de metrô. Para comprar, os clientes tiram fotos de QR Codes associados aos produtos e agendam o horário de entrega. 

“A Tesco era a terceira rede da Coreia e já está encostando na primeira sem abrir uma única loja nova”, cita Ludovino Lopes. “A agência ambiental dos Estados Unidos afirma que o impacto do e-commerce pode resultar em uma redução de um terço na construção de grandes shoppings”, insiste, demonstrando os efeitos dessa nova economia. 

Ao longo dos próximos 30 dias o grupo técnico do projeto vai identificar as métricas associadas ao projeto e, a partir daí, haverá parcerias com universidades para o desenvolvimento da certificação. O grupo é coordenado pela Imprensa Nacional e reúne desde empresas de varejo a aquelas típicas de tecnologia, como Microsoft e Certisign. “Nosso prazo é agressivo. Até janeiro teremos a metodologia pronta”, afirma Lopes. 




Fonte : Convergência Digital

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